terça-feira, 8 de maio de 2012

PERCURSOS POÉTICOS NA METRÓPOLE - TRAJETO 4: ELA

"Ela é tão bonita. Ela é tão bonita que na certa eles a ressuscitarão"

Das tardes que não se traduzem;
Dos ritmos que não se destroçam;
Dos encontros que não desapontam;
Dos andares que não determinam;
Das conversas que não se dispersam;
Dos olhares que não se desviam;
Dos toques que não se encostam;
Das bocas que não se arriscam.

"Se em um instante se nasce, e se morre em um instante, um instante é bastante para a vida inteira"

Congela pequenos detalhes na 'parede da memória':
(usava ela brincos?)
(qual o formato de seu colar?)
(de que modo ela abria a carteira?)
(como jogava para trás os cabelos?)

"-Venha até a borda.
-Não, iremos cair.
-Venha até a borda.
-Não, iremos cair.
Ela foi até a borda, eles a empurraram e ela voou"

Do corpo que se lança, mas, então, recua.
Avanço rápido do desejo, projeção do que "poderia ter sido e que não foi".
Ímpeto frenético do encontro, o ritual do sacrifício da concretização de Eros.

Por ora
...
é tempo de espera.

citações em vermelho:
-O amor, Caetano Veloso sobre poema de Vladimir Maiakóvski
-A maçã no escuro, Clarice Lispector
-Como nossos pais, Belchior
-Guillaume Apollinaire
-Pneumotórax, Manuel Bandeira

-para ouvir em seguida:


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