quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

CORRESPONDÊNCIA PARA ANA CRISTINA CÉSAR



Querida Ana,

cheguei em casa mais cedo ontem e desde então me tranquei no que não cabe no mundo.
Não sei agir na precisão do resumo contido que você me oferece.
A prolixidade me toma forma tal que desato na persistência das palavras.
Fiz amizade com uma nova garota e desde então não paro de atentar-me aos seus movimentos internéticos.

A vida é acelerar.
Meu corpo batida discorrendo sobre as possibilidades do porvir.

Ouvi boatos de que você deslizou saboneteira abaixo.
Não acreditei nisso tudo.
Cerrei meus olhos-luz que enxergavam a notícia-fato na tela.

Voltei ao livro teu que me vale bem mais que sua vida real.
Me desculpe, bela Ana, mas é para isso que serve a literatura. A vida escrita tanto-fazendo a realidade vivida.

Sua profundeza merecendo bem mais do que abismo-abaixo a janela revela.
Meu corpo-parapeito esperando seu corpo jogar-se que te agarro.
Pula.
Pula de quina na vida que finda; a poesia, ela há de ressuscitar-nos.





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