quarta-feira, 14 de junho de 2017

[ para que o coração não se abafe -
ou "quando a medida de algo tem quina-ponta que não se encaixa" ]

não adianta
é vazante

fará do bolso
gargalho fino
para passe falho
miúdo
esguio
de quando saber
percepção nova
para que colheita seja fresca próximo verão

virou foi lado
para tentar ser encaixe
- ainda que incerta -

tinha ponta
tinha bico
tinha falha geodésica
fechando gargalo de passagem
retina

nada sabendo abandonar
de quando o que vem chega por mãos
- já que apego fecha punho firme
e de abandono não fica
- mesmo que em quando é vista de pequenas brechas entre dois dedos -
ajuntada em três, quatro, cinco,
amontoando em mão inteira
| seja lá fechada,
percebo por moinhos as riscas-palavras |

apalpa
arrecebe
- corpo todo -

e na abstração do pouco conseguido
só pelo que havia sido de olhar
embarcagora
num infinito
que de nem eu nem tu possa 'inda saber

fincou foi âncora
subtraída de garras-mãos
pra nunca mais
de²bandada
sair-chegar continente


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